Laboratório de Estudos Interseccionais da Linguagem e do Desenvolvimento Humano

VIVENCIANDO A VIDA-OBRA DE PAULO FREIRE

 

Paulo Freire nasceu em Recife, no dia 19 de setembro de 1921, entrou já alfabetizado para a escola particular da professora Eunice de Vasconcelos, em 1931 muda-se para Jabotão dos Guararapes/PE, cursou o ensino secundário no Colégio Oswaldo Cruz do Recife, onde teve seu primeiro emprego, tornando-se, em 1942, professor de Língua Portuguesa em 1943 ingressou na faculdade de Direito do Recife, forma-se em 1947, durante a sua graduação casa-se com Elza Maia Costa de Oliveira, em 1947 assume a diretoria da Divisão de Educação e Cultura do SESI- Pernambuco e em 1954 é nomeado diretor Superintendente do Departamento Regional de Pernambuco, cargo que ocupou até outubro de 1956.
É nesse período dirigindo o Setor de Educação, que tinha a ver com escolas primarias para as crianças das famílias operárias, que se deu a matriz 14 dos seus primeiros espantos. Espantos diante da dramaticidade da vida, diante de uma mãe, por exemplo, que chegava ao seu gabinete chorando dizendo que o seu filho com um operário havia morrido no dia anterior vítima de tuberculose. E trazia consigo um único pedido ao diretor (Freire) que liberasse as crianças para comparecerem no enterro como última homenagem ao filho morto.
É como se aquela mãe, sofrida naquele dia, precisasse fazer permanente a memória do seu filho com a presença maciça dos seus companheiros de classe no enterro. Foi me espantando e tentando compreender a razão de ser do espanto, que fui, na verdade, aprendendo, de um lado, a dialogar mesmo com a classe trabalhadora e, de outro, a compreender a sua estrutura de pensamento, a sua linguagem, a entender o que eu chamaria de terrível malvadeza do sistema capitalista. E fui me fazendo, na prática, a um educador. E fui aprendendo, desde aquela época, a exercer uma pratica de que não me afastei até hoje: a de pensar sempre a prática. De fato, pensar a prática de hoje não é apenas um caminho eficiente para melhorar a prática de amanhã, mas também a forma eficaz de aprender a pensar certo. (FREIRE, 1988, p. 8).
Em 1960, Freire defende tese e obtém o título de Doutor em Filosofia e História da Educação, em 1961 foi-lhe conferido o título de livre docente da faculdade de Belas Artes. Em 1963 realiza a Experiência de Alfabetização de Angicos/RN. Cria as bases do Programa Nacional de Alfabetização, do governo João Goulart, em 1964 com o Golpe Militar o Programa Nacional de Alfabetização é extinto e Freire é preso no Recife em novembro segue para o Chile, em 1965 publica o livro Educação Como Prática de Liberdade, entre 1967-1968 escreve no Chile o livro Pedagogia do Oprimido e em 1980 com o fim da ditadura militar retorna ao Brasil, para lecionar na PUC/SP e na Unicamp, em 1982 pública A importância do ato de ler em três artigos que se completam, livro que mereceu, em julho de 1990, o “Diploma de Mérito Internacional”, concedido pela “internacional Reading Assocition”, na Suécia, em 1986 recebe o premio UNESCO da educação para a paz e no dia 24 de outubro morre sua primeira esposa Elza Maia Costa de Oliveira, em 1988 casa-se com Ana Maria Araújo Hasche, foi secretário de Educação da cidade de São Paulo. Entre 1988 e 1997 volta depois de 10 anos a escrever livros autorais: Pedagogia da Esperança, Cartas a Cristina: reflexões sobre a minha vida e minha práxis, Professora sim tia não: cartas a quem ousa ensinar, Política e 15 educação, A sombra desta mangueira e Pedagogia da Autonomia, além de outros diversos com diversos educadores e inúmeros artigos e conferencias. Paulo Freire faleceu no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 02 de maio de 1997, vítima de infarto agudo do miocárdio. Deixou 5 filhos e viúva e uma obra instigante.

 

casa onde Freire nasceu
Freire com Elza sua primeira esposa
   
 Freire assume o SESI
 
Freire no exílio
Retorno de Freire do exílio

 

Algumas obras de Paulo Freire

 

   

 

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